segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Dica de Filme

O Filme SEU NOME É JONAS

O filme "Seu Nome é Jonas" foi lançado nos EUA em 1979. Conta a história de um garoto surdo que é internado ainda pequeno em uma instituição de crianças deficientes intelectuais.
A família de Jonas é ouvinte e ao descobrir que ele não tem deficiência intelectual retira-o do internato e o traz de volta para casa, matriculando-o em uma escola de linha oralista. A falta de comunicação, preconceitos, e pouco conhecimento sobre a surdez torna a vida de Jonas um grande desafio.

Assista agora!

Boas Vindas em LIBRAS


Educação de Surdos

Quando pensamos em educação de Surdos há duas visões distintas que surgiram em épocas diferentes: clínica-patológica e sócio-antropológica. A primeira visão vê o Surdo como um sujeito doente, já que a maior parte das pessoas utiliza como forma de comunicação uma língua oral-auditiva, que precisa ser normalizado, medicalizado para viver em sociedade e a melhor forma de fazer isso é fazê-lo falar e fazer leitura labial. A segunda compreende o Surdo como parte de uma diversidade humana que utiliza um canal de comunicação diferente da maioria.

No ano de 1880 aconteceu uma conferência internacional de educadores de surdos que tinha como intuito definir de que forma seria feito a educação dos surdos. Havia uma disputa entre a utilização da Língua de Sinais e métodos de oralização. No congresso foi realizado uma votação e o oralismo foi declarado superior as línguas de sinais aprovando uma resolução que proibia o uso da língua de sinais nas escolas.

Ao proibir o sujeito Surdo de utilizar o canal de comunicação visuo-gestual que permite a sua comunicação de forma natural e espontânea os surdos foram privados de serem eles mesmos. Segundo Paulo Freire (2014, p. 17) "Com a palavra, o homem se faz homem. Ao dizer a sua palavra, pois, o homem assume conscientemente sua essencial condição humana. E o método que lhe propicia essa aprendizagem comensura-se ao homem todo [...]"

A imposição oralista durou quase 100 anos. De acordo com Strobel (2009, p. 108) “Durante muito tempo, devido ao processo de imposição cultural ouvinte o povo surdo, vemos um acesso quase que irrestrito à cultura surda, por causa das lutas  de relações de poderes em ambos os lados. Mas atualmente o povo surdo luta com garra e força por reconhecimento da representação de diferença cultural e identidade surda”.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimirdo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2ª ed. Floroanópolis: UFSC, 2009.


Prática - Números


Cultura Surda

"Jeito surdo de ser, de perceber, de sentir, de vivenciar, de comunicar, de transformar o mundo de modo a torná-lo habitável". Gladis Perlin

De acordo com o dicionário Houaiss cultura é "conjunto de padrões de comportamentos, crenças, costumes, atividades etc. de um grupo social". O vocábulo "cultura", vindo do latim, significa o cuidado dispensado à terra cultivada.
Podemos pensar na ideia de que CULTURA seja o cultivo dessas crenças, costumes e valores passados de geração em geração.
Há um olhar de estranheza por parte de algumas pessoas em pensar que os surdos possuem uma cultura diferente da cultura vivenciada por ouvintes.
O Surdo tem uma forma diferente de estar, perceber e modificar o mundo.
O Surdo fala com as mãos e escuta com os olhos. Para Karin Strobel (2009, p. 27) "o essencial é entendermos que a cultura surda é como algo que penetra na pele do povo surdo que participa das comunidades surdas, que compartilha algo que tem em comum, seu conjunto de normas, valores e comportamentos"


STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2ª ed. Floroanópolis: UFSC, 2009.

Faça junto com o vídeo...


Vamos aprender?

Este blog foi pensado como um instrumento de apoio aos estudantes do curso de pedagogia que possivelmente trabalharão com alunos surdos e aos profissionais que tiverem interesse em aprender sobre a cultura surda e LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais.

Abaixo estão os números e o alfabeto manual que utilizamos para fazer a datilologia em LIBRAS:



LEI de LIBRAS 10.436/2002

Embora a LIBRAS tenha recebido status línguistico desde a década de 60

Apenas em 2002 a LIBRAS foi reconhecida oficialmente como língua no Brasil pela lei 10.436:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.

Veja a LEI - Link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm

LIBRAS? O que é isso?

LIBRAS é uma sigla que quer dizer Língua Brasileira de Sinais.

 É muito comum as pessoas ao observar um grupo de Surdos conversando ou uma janelinha na TV com alguém utilizando os sinais pensar que a LIBRAS é uma teatralização, mímicas ou linguagem dos gestos que os surdos utilizam para a comunicação, mas isso não é verdade.
A LIBRAS é uma língua que recebeu status linguísticos desde a década de 60. Conforme Lacerda & Santos (2013, p. 29) [...] "houve um primeiro estudo, o estudo linguístico fundador, realizado pelo linguista americano William Stokoe, em 1960. A partir de sua observação de surdos sinalizando na universidade em que lecionava, ele, curioso, resolveu estudá-la. Seria uma língua? Para obter a resposta a essa pergunta, aplicou os rigorosos métodos de pesquisa da linguística estrutural. Os resultados de seus estudos demonstraram evidências de que, ao contrário do que se pensava até então, "a língua e sinais dos surdos têm estrutura e função semelhante às demais línguas", veiculada por um sistema que utiliza um meio sensorial diferente".

A LÍNGUA DE SINAIS É UNIVERSAL?

Não! Embora a LIBRAS tenha uma modalidade visuo-gestual ela não é uma língua Universal e possuí variações linguísticas.

Toda língua tem caráter social e esta atrelada a uma cultura e com a língua de sinais não poderia ser diferente.  Existe a ASL - Língua de Sinais Americana, LSF - Língua de Sinais Francesa, língua de sinais janponesa, italiana e assim por diante.